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ETA Viamão celebra 115 anos de legado na formação de Técnicos Agrícolas

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Aos 115 anos, a ETA celebra uma história que moldou gerações de Técnicos Agrícolas, um legado que o CFTA reconhece como parte essencial da identidade da profissão.

 

O presidente do Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA), Mário Limberger, esteve presente na cerimônia que marcou os 115 anos da Escola Estadual Técnica de Agricultura (ETA), realizada na sede da instituição, às margens da RS-040, em Viamão. O evento reuniu autoridades, servidores, ex-alunos e estudantes, celebrando a trajetória de uma das escolas agrícolas mais tradicionais do Rio Grande do Sul. 

Durante sua participação, Limberger destacou a relevância histórica e formadora da ETA para o desenvolvimento da profissão de Técnico Agrícola no Brasil. “A ETA é mais do que uma escola; é um patrimônio da educação rural brasileira. Aqui se formaram profissionais que ajudaram a construir a base da agricultura gaúcha e que continuam contribuindo para o país inteiro. Celebrar 115 anos é reconhecer o papel fundamental desta instituição na qualificação, na dignidade e no reconhecimento da nossa profissão”, afirmou o presidente. 

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A cerimônia também contou com homenagens a servidores, apresentações de estudantes e atividades que resgataram a história da escola, fundada em 1910 e responsável por formar gerações de técnicos, trabalhadores e lideranças do setor agropecuário e político do Brasil. 

Criada inicialmente como Curso de Capatazes Rurais, ligado à antiga Escola de Engenharia de Porto Alegre, a ETA evoluiu ao longo das décadas, tornando-se referência estadual. Em 1942, passou a adotar oficialmente o nome Escola Técnica de Agricultura, ampliando seu trabalho nas áreas de Agricultura, Pecuária e Laticínios. Desde então, a instituição consolidou-se como polo estratégico para a formação profissional no campo. 

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Com aproximadamente 407 hectares de área, a ETA mantém até hoje o modelo de ensino que integra teoria e prática, oferecendo a estudantes — muitos deles em regime de internato — uma vivência direta das rotinas produtivas. Lavouras, áreas de criação e unidades experimentais fazendo parte do processo formativo que distingue a escola dentro da rede de ensino estadual.  

A ETA lançou novos padrões educacionais e se propagou de forma extraordinária como organização de ensino técnico no Rio Grande do Sul. Uma das principais contribuições da ETA, para a formação e cidadania dos técnicos agrícolas, foram os chamados “ranchos”. Áreas livres, internas à escola, onde eram promovidos momentos de encontro e lazer nas horas de folga dos estudantes. Mais do que simples abrigos, os ranchos tornaram-se locais de socialização, cultura e aprendizado prático. Esses espaços tiveram papel decisivo na formação integral dos estudantes de técnico agrícola, complementando o rigor técnico das aulas com vivências comunitárias e culturais. 

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Para o CFTA, a história da ETA se entrelaça com a própria história da profissão. “Muitas das lideranças do nosso sistema, dos sindicatos e das cooperativas passaram por escolas agrícolas como esta. A ETA carrega um legado de responsabilidade social, formação técnica e ascensão profissional que precisa ser permanentemente valorizado”, reforçou Limberger. 

Dentre as várias lideranças que passaram pela Escola destacamos, Ary Rigo, nascido em Passo Fundo no RS e passou pela ETA em meados de 1965. Teve longa trajetória política no estado do Mato Grosso do Sul, sendo eleito deputado por seis mandatos e foi presidente da Casa de Leis. Também foi vice-governador e chefe da Casa Civil do Mato Grosso do Sul. Hélio Prates da Silveira, nascido em São Gabriel no RS e passou pela e ETA em 1937. Seguiu rumo na política, tornou-se o primeiro governador do Distrito Federal (DF), exercendo o mandato entre 1969 e 1974. E Leonel Brizola nascido em Carazinho no RS, líder trabalhista, duas vezes governador (RS e RJ). Considerado um dos maiores nomes do trabalhismo no Brasil e uma das vozes mais contundentes contra a ditadura militar. Sua trajetória política foi marcada por posições firmes em defesa da soberania nacional, educação pública e trabalhismo. 

Em manifestação feita pelo presidente da Associação dos Ex-Alunos da ETA, Adriano Luiz Kubiak, a reconstrução dos ranchos teve como principal objetivo assegurar que as futuras decisões sobre esses espaços se levem em consideração sua relevância histórica. Além do tombamento concedido pela Assembleia Legislativa, a Associação busca também o reconhecimento junto ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), pois os ranchos são únicos no Brasil. Não há nenhuma outra instituição de ensino que possua estruturas semelhantes.

Assim, nosso trabalho vai muito além da manutenção dos espaços: é promover a integração dos alunos, fortalecer o curso técnico e recolocar a ETA no lugar de destaque que sempre ocupou entre as escolas agrícolas do Brasil e do mundo. A ETA formou milhares de alunos ao longo de sua história, muitos deles espalhados pelos quatro cantos do planeta. 

A lei que declara os ranchos da Escola Técnica de Agricultura (ETA) de Viamão/RS como patrimônio cultural e histórico do Estado do Rio Grande do Sul é a Lei Ordinária Nº 11.918, de 4 de junho de 2003.  

Essa legislação foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e sancionada pelo Governador, reconhecendo a importância histórica do conjunto de ranchos da ETA para o estado. 

 

Onde a tradição se encontra com a formação agrícola

Na ETA de Viamão funciona o CTG Vaqueanos da Cultura, um espaço que aproxima a escola das tradições gaúchas e da vida comunitária. A existência desse CTG dentro da instituição revela uma dimensão que vai muito além da formação técnica: mostra que a escola, ao longo de seus 115 anos, entende que educar para o campo também é preservar identidade, memória e pertencimento. Em um tempo em que a vida rural se transforma rapidamente, a ETA mantém viva uma tradição que inspira gerações — os rodeios, a música, a dança, a cultura gaúcha — integrando alunos de diferentes regiões num espaço onde aprender a plantar e aprender a cultivar a história caminham lado a lado. Ter um CTG ativo dentro de uma escola agrícola não é apenas um detalhe folclórico: é uma demonstração clara de comprometimento cultural, de visão de futuro e do papel da ETA como guardiã das raízes do Rio Grande do Sul, formando profissionais que conhecem a terra e também a alma do campo.

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O evento de comemoração da ETA, também incluiu ações institucionais, atividades culturais e a abertura de uma programação especial que acontecerá ao longo do ano, voltada à preservação e à divulgação da memória da escola. 

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Mesa: 

Adão Preto Deputado Estadual representante da Assembleia Legislativa; 

Valdir Bonatto, Deputado Estadual represente do Governador do Estado;  

Geovane Cherini, Deputado federal;  

Elmar Schneider representante do vice-governador do Estado; 

Marciel Fauri Bergmann, Vice-prefeito de Viamão;  

Patrícia Ribeiro, Diretora da Escola Canadá;  

Roberto Camargo, Vereador de Capivari;  

William Pereira, Secretário da Agricultura de Viamão;  

Shirley Machado Maciel, Coordenadora 28ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação);  

Leandro Aguirre, Secretário de Desenvolvimento Econômico do município de Viamão  

Davi Borges, Presidente do CECAT (Centro dos Estudantes dos Cursos Agrotécnicos na ETA) 

Adriano Luiz Kubiak, Presidente da Associação dos ex-alunos da ETA 

Evandro Cardoso Marinho, Presidente da Escola Técnica ETA;

Téc. Agrícola Mário Limberger, Presidente do CFTA