CFTA apoia campanha do Abril Azul
Iniciativa visa a conscientizar a sociedade sobre o autismo e dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Acolher, apoiar, incluir e interagir são verbos que traduzem alguns das principais ações desenvolvidas cotidianamente pelos Técnicos Agrícolas no serviço de assistência técnica e extensão rural. Neste mês, estas palavras ganham um significado ainda mais especial para a categoria e para a sociedade em geral. Afinal, abril é o mês da conscientização sobre o autismo, condição que afeta milhares de pessoas no campo e nas cidades mundo afora. No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas têm esse diagnóstico.
A campanha do Abril Azul foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, para conscientizar as pessoas sobre o autismo e dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada 160 crianças no mundo tem TEA. Ao se engajar à iniciativa, o Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA) dá sua contribuição para ampliar a divulgação da campanha no setor rural.
A campanha tem o objetivo de combater o preconceito e a discriminação por meio de informações, eventos e iniciativas focadas no Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Além de instituir Abril como o mês de conscientização sobre o TEA, a ONU designou o 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
Dificuldade de comunicação
O autismo pode ser identificado ainda nos primeiros anos de vida, embora o diagnóstico de um profissional seja dado apenas entre os 4 e 5 anos de idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o TEA é um transtorno de desenvolvimento neurológico, caracterizado pela dificuldade de comunicação e/ou interação social.
Algumas características, como dificuldade de interação social, dificuldade em se comunicar, hipersensibilidade sensorial, desenvolvimento motor atrasado e comportamentos repetitivos ou metódicos, podem identificar a presença do TEA.
“O autismo funciona em níveis, ou seja, ele pode se manifestar de forma leve até uma forma mais severa. Esse diagnóstico detalhado será dado por um profissional da saúde”, explica a literatura médica.
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Mary Temple Grandin
A AUTISTA QUE REVOLUCINOU A PECUÁRIA
Uma das referências em bem-estar animal no cenário global de agropecuária é a pecuarista norte-americana Temple Grandin, identificada na infância como portadora de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Em artigo publicada no site brasilagro, a pecuarista brasileira Carmen Perez conta que o contato com os animais mudou a vida de Temple Grandin e, posteriormente, também a vida de muitos animais.
“Isso porque ela tem uma mente que enxerga de forma diferente da maioria dos seres humanos. E ela soube transformar em uma habilidade prática, que também transformou os nossos trabalhos dentro do campo.”
Ainda de acordo com Carmen Perez, os desenhos de suas instalações de Temple Grandin são referências mundiais no tema bem-estar animal, modificando os currais de fazendas e empresas frigoríficas.
“Tudo isso para que os animais não passem por sofrimento”, pontua Carmen Perez. “É dela (Temple Grandin) a frase “o animal merece ter a melhor vida que possa ser vivida”.
“Por enxergar por imagem, ela (Temple Grandin) tem outra percepção de detalhes que a maioria de nós não enxerga ou não prevê”.
Com muito incentivo de sua mãe, na década de 1970, ela começou a estudar bem-estar animal. E enfrentou muitos preconceitos: o de ser mulher, o do bem-estar animal e também por ser autista.
“Com certeza, ela é uma mulher que inspira por seu poder de superação e transformação”, escreveu Carmen Perez, referindo-se à pecuarista norte-americana nascida em 1947.
“Ela personifica a importância de contarmos com a diversidade de pessoas e pensamentos, para que juntos seja possível a transformação do mundo. Eu acredito cada vez mais nisso: Temple Grandin é um exemplo de mulher que segue ainda fazendo a diferença para a vida de muitos animais e, principalmente, das pessoas.”