fbpx

CFTA apoia campanha do Abril Azul

202404101

Iniciativa visa a conscientizar a sociedade sobre o autismo e dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA)

 

Acolher, apoiar, incluir e interagir são verbos que traduzem alguns das principais ações desenvolvidas cotidianamente pelos Técnicos Agrícolas no serviço de assistência técnica e extensão rural. Neste mês, estas palavras ganham um significado ainda mais especial para a categoria e para a sociedade em geral. Afinal, abril é o mês da conscientização sobre o autismo, condição que afeta milhares de pessoas no campo e nas cidades mundo afora. No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas têm esse diagnóstico.

A campanha do Abril Azul foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, para conscientizar as pessoas sobre o autismo e dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada 160 crianças no mundo tem TEA. Ao se engajar à iniciativa, o Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA) dá sua contribuição para ampliar a divulgação da campanha no setor rural.

A campanha tem o objetivo de combater o preconceito e a discriminação por meio de informações, eventos e iniciativas focadas no Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Além de instituir Abril como o mês de conscientização sobre o TEA, a ONU designou o 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

202404102

 

Dificuldade de comunicação

O autismo pode ser identificado ainda nos primeiros anos de vida, embora o diagnóstico de um profissional seja dado apenas entre os 4 e 5 anos de idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o TEA é um transtorno de desenvolvimento neurológico, caracterizado pela dificuldade de comunicação e/ou interação social.

Algumas características, como dificuldade de interação social, dificuldade em se comunicar, hipersensibilidade sensorial, desenvolvimento motor atrasado e comportamentos repetitivos ou metódicos, podem identificar a presença do TEA.

“O autismo funciona em níveis, ou seja, ele pode se manifestar de forma leve até uma forma mais severa. Esse diagnóstico detalhado será dado por um profissional da saúde”, explica a literatura médica.

 

 

 

 SAIBA MAIS

 

TEA foi descrito pela 1ª vez em 1943

O TEA foi descrito pela primeira vez em 1943 pelo médico Leo Kanner, informa Thayna Rose, bacharel em Psicologia com especialização em Neuropsicologia, no site Minuto Saudável.

“Após acompanhar 11 crianças com sintomas semelhantes, ele as diagnosticou com um distúrbio inato do contato afetivo, além de descrever de maneira cuidadosa e detalhada todos os sintomas expressos por esses pacientes”, acrescenta Thayna.

Nessa descrição, de acordo com a especialista, haviam duas características essenciais para o diagnóstico: o isolamento social e o comportamento de insistência persistente.

 

O que é o autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo, é uma condição que ocorre por falha no desenvolvimento cerebral (neurodesenvolvimento), que tem como características déficits na comunicação, interação social e comportamental.

Os sintomas aparecem logo no início do desenvolvimento da criança e são classificados como leve, moderado e severo.

Leve: os sintomas são menos intensos, permitindo que a pessoa afetada se comunique e se relacione com outras pessoas com relativa facilidade;

Moderado: os sintomas são significativos e a pessoa afetada precisa de suporte para se relacionar com outras pessoas e realizar atividades cotidianas;

Grave: os sintomas são graves e a pessoa afetada necessita de atenção e suporte tanto para a comunicação quanto para realizar atividades do dia a dia.

Diversas pesquisas científicas indicam que existem fatores que influenciam no desenvolvimento da criança e a deixam mais propensa a ter autismo, tais como questões ambientais, fisiológicas e genéticas.

 

Sinais e sintomas

Alguns sintomas de pessoas com autismo são:

  • Deficit na comunicação;
  • Isolamento social;
  • Dificuldade de estabelecer uma conversa;
  • Pouco contato visual;
  • Dificuldade em fazer amigos;
  • Comportamentos motores repetitivos;
  • Alinhar brinquedos;
  • Sofrimento com pequenas mudanças na rotina;
  • Padrões rígidos de pensamento;
  • Apego a objetos incomuns;
  • Reação contrária a sons ou texturas.

Se você se identificou com alguns dos sinais e sintomas acima, não deixe de buscar ajuda psicológica.

 

Convivendo

O diagnóstico dessa condição possibilita que os pacientes tenham acompanhamento com profissionais que auxiliarão no desenvolvimento de todos os déficits apresentados.

Com base nisso, os pais podem buscar grupos de apoio para lidar melhor com os sintomas do filho ou filha, trocar experiências com outros pais e receber conforto diante das dificuldades.

Algumas medidas podem ajudar no convívio:

Comunicação: é um desafio para as pessoas com essa condição, portanto, usar frases curtas e diretas é eficaz para uma boa comunicação;

Rotina: ter uma rotina consistente com horários estabelecidos para realizar as atividades é uma ótima iniciativa;

Sensibilidade sensorial: minimizar estímulos, como diminuir a luz, o volume do som e utilizar fones de ouvido para reduzir ruídos;

Compreensão emocional: ajudar a identificar e rotular emoções e fornecer exemplos concretos de como expressá-las;

Compreensão social: ensinar regras sociais de forma clara e objetiva por meio de exemplos;

Paciência e compreensão: ser paciente e compreensivo possibilita aprender com a pessoa e fazer os ajustes necessários.

 

 

202404103

Mary Temple Grandin

 

A AUTISTA QUE REVOLUCINOU A PECUÁRIA

Uma das referências em bem-estar animal no cenário global de agropecuária é a pecuarista norte-americana Temple Grandin, identificada na infância como portadora de Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Em artigo publicada no site brasilagro, a pecuarista brasileira Carmen Perez conta que o contato com os animais mudou a vida de Temple Grandin e, posteriormente, também a vida de muitos animais.

“Isso porque ela tem uma mente que enxerga de forma diferente da maioria dos seres humanos. E ela soube transformar em uma habilidade prática, que também transformou os nossos trabalhos dentro do campo.”

Ainda de acordo com Carmen Perez, os desenhos de suas instalações de Temple Grandin são referências mundiais no tema bem-estar animal, modificando os currais de fazendas e empresas frigoríficas.

“Tudo isso para que os animais não passem por sofrimento”, pontua Carmen Perez. “É dela (Temple Grandin) a frase “o animal merece ter a melhor vida que possa ser vivida”.

“Por enxergar por imagem, ela (Temple Grandin) tem outra percepção de detalhes que a maioria de nós não enxerga ou não prevê”.

Com muito incentivo de sua mãe, na década de 1970, ela começou a estudar bem-estar animal. E enfrentou muitos preconceitos: o de ser mulher, o do bem-estar animal e também por ser autista.

“Com certeza, ela é uma mulher que inspira por seu poder de superação e transformação”, escreveu Carmen Perez, referindo-se à pecuarista norte-americana nascida em 1947.

“Ela personifica a importância de contarmos com a diversidade de pessoas e pensamentos, para que juntos seja possível a transformação do mundo. Eu acredito cada vez mais nisso: Temple Grandin é um exemplo de mulher que segue ainda fazendo a diferença para a vida de muitos animais e, principalmente, das pessoas.”