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CFTA nos Estados: Técnicos Agrícolas ajudam a impulsionar fruticultura no Vale do São Francisco

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Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas visita Lagoa Grande e Petrolina, em Pernambuco, para apoiar o trabalho realizado pelos profissionais da região e recolher sugestões para valorizar ainda mais a categoria.

Um oásis de frutas em meio ao semiárido pernambucano, com oportunidades de negócio e geração de emprego e renda. Assim é Lagoa Grande, a capital da uva e do vinho do Nordeste brasileiro, que faz parte do polo de fruticultura Petrolina(PE)-Juazeiro(BA), um dos mais desenvolvidos do país. A região tem também enorme potencial de trabalho para Técnicos Agrícolas (TAs), seja prestando serviços a empresas ou abrindo empreendimentos próprios. Foi esse o destino da última etapa do Projeto “CFTA nos Estados” neste primeiro semestre de 2023.

A visita do Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA) à região foi liderada pelo presidente Mário Limberger, que estava acompanhado do assessor institucional Valdir Raupp. A comitiva foi recepcionada pelo prefeito de Lagoa Grande, Vilmar Cappellaro, que também é TA e conselheiro consultivo do CFTA. Além de visitar áreas de produção de frutas, a delegação se reuniu com TAs e reforçou a importância da regularização dos profissionais no Conselho, a fim de que possam exercer suas atribuições legais.

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Gaúcho de Ibiraiaras e formado pela Escola Agrotécnica Federal de Bento Gonçalves (RS), o prefeito Cappellaro destacou a importância da atuação da Federação Nacional dos Técnicos Agrícolas (FENATA) e agora do CFTA para o fortalecimento e valorização da categoria. Também defendeu o respeito ao pleno exercício das atividades asseguradas em lei aos profissionais, ressaltando que os TAs são essenciais para o crescimento da fruticultura e das diferentes cadeias produtivas da agropecuária brasileira em todas as regiões.

A importância dos Técnicos Agrícolas na fruticultura

“Os Técnicos Agrícolas têm importância fundamental no desenvolvimento da parte tecnológica [da produção de frutas]. A gente precisa buscar mais atribuições e responsabilidade técnicas, institucionais e certificações para que os profissionais possam contribuir ainda mais e fazer com que a fruticultura siga avançando”, afirmou Cappellaro. Segundo ele, o Vale do São Francisco, especialmente o polo Petrolina/Lagoa Grande-Juazeiro, oferece inúmeras oportunidades de trabalho e de abertura de novos empreendimentos para os TAs.

“Eu mesmo sou um exemplo de quem viu essas oportunidades”, enfatizou Cappellaro, que produz uva e manga na região, aonde chegou em 1981. “Temos sol em abundância, terra boa e irrigação, o que nos permite abastecer o mercado nacional o ano inteiro e ainda exportar para Europa e países da América Latina. Produzimos o melhor espumante do mundo, sucos incomparáveis e vinhos com a característica do Nordeste, que receberam este ano a Indicação Geográfica de Denominação de Procedência Vale do São Francisco.”

Além de cerca 15 mil hectares ocupados por parreirais e de mais de 50 mil hectares cultivados com manga, o polo Petrolina/Lagoa Grande-Juazeiro tem plantações de acerola, banana, coco, goiaba, melão, limão, mamão papaia, pinha, pera, pitaia, maracujá, mirtilo, batata, tomate, hortaliças, cana-de-açúcar e mais recentemente ameixa e maçã. Conta ainda com oito vinícolas – cinco delas em Lago Grande – e indústrias de sucos. O Vale do São Francisco produz atualmente mais de 30 milhões de litros/ano entre vinhos, espumantes e sucos.

Apoio do Conselho para os profissionais

Impulsionada pela tecnologia e pela irrigação, essa região da caatinga antes inóspita ainda tem muito espaço para crescer na fruticultura e em outras cadeias da agropecuária, assinalou o prefeito Cappellaro. O CFTA espera que parte desse desenvolvimento seja alavancado ainda mais pelos TAs. “Por isso, fomos lá para conversar e apoiar os profissionais, mostrar a importância da regularização no Conselho e nos colocar à disposição para fazer com que as suas competências legais sejam respeitadas”, disse o presidente Mário Limberger.

As Técnicas Agrícolas e Técnicos Agrícolas do Vale do São Francisco, onde calcula-se que atuem quase 3 mil profissionais da categoria, manifestaram reconhecimento pelo trabalho feito pelo CFTA, órgão responsável por orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão, criado pela Lei nº 13.639, de 26 de março de 2018, e em funcionamento desde fevereiro de 2020.

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“O CFTA tem muito a contribuir [com os profissionais]. Temos muitos jovens concluindo o curso e muitos Técnicos Agrícolas atuando nas fazendas. Por isso, precisamos estar legalizados para lutar pelos nossos direitos”, pontuou a Técnica Agrícola Vanessa Souza, gerente de Produção de Campo na empresa Araújo Agrícola.

Responsável por tarefas como tratos culturais, distribuição de mão de obra, irrigação, adubação, pulverização e manejo integrado de pragas (MIP), Vanessa informou que a empresa precisa ter selos de qualidade para vender frutas ao mercado externo. “Foi isso que me levou a me vincular ao CFTA, para que eu pudesse assinar ordens de serviço, sendo muito bem aceita pelas certificadoras.”

Gerente de uma fazenda de uva de mesa da Cooperativa Cappellaro, o Técnico Agrícola Wandenberg Souza vê o CFTA como um espaço de engajamento da categoria e de valorização profissional. “O CFTA é um conselho novo. Então, é uma entidade para que o Técnico Agrícola possa se engajar e ser valorizado. Na nossa região, o Técnico Agrícola ainda é pouco valorizado. Isso afugenta muitos profissionais do nosso mercado de trabalho.”

De acordo com Wandenberg, a postura proativa da diretoria do CFTA nestes três anos de funcionamento tem contribuído para fortalecer a categoria, o que também pode fazer com que muitos daqueles que desistiram da profissão voltem a querer exercê-la. “É muito importante quando a gente vê que o Conselho tem uma pessoa forte à sua frente, como o presidente Mário Limberger, buscando melhoria para que os Técnicos Agrícolas sejam reconhecidos profissionalmente. Por isso, temos que seguir neste caminho, para que possamos receber o que temos de direito.”

“A região de Lagoa Grande e Petrolina é uma das maravilhas do agronegócio brasileiro, e o CFTA quer contribuir ainda mais com os Técnicos Agrícolas que lá atuam. Estivemos lá para conhecer a realidade deles e recolher sugestões para que possamos incentivá-los a exercer a profissão de acordo com a legislação. Ao mesmo tempo, vamos desenvolver uma estratégia para que eles possam ser ainda mais valorizados, o que deve trazer melhorias ao mercado de trabalho local. Não só para os profissionais, mas também para as empresas do Vale do São Francisco”, salientou Limberger.