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CFTA nos Estados: em SP e MG, Conselho reforça atuação dos Técnicos Agrícolas e o fortalecimento do agronegócio

CFTA

CFTA cumpriu extensa agenda, com visitas às cooperativas Cooxupé (MG),  Cooperpanga (SP), Cooperativa de Insumos de Holambra (SP), Instituto Federal de Muzambinho (MG) e à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, dentre outras. 

O Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA) realizou, na primeira semana de abril, mais uma etapa do programa de visitas aos estados. Liderada pelo presidente do CFTA, Mário Limberger, a diretoria esteve em São Paulo e Minas Gerais, acompanhada de conselheiros federais dos dois estados, onde cumpriu uma extensa programação com autoridades estaduais, Técnicos Agrícolas (TAs) e empreendedores do agronegócio.

Uma das principais agendas foi na Cooxupé, maior cooperativa da cafeicultura brasileira, com mais de 18 mil cooperados – cerca de 97% deles pequenos agricultores familiares –, no município de Guaxupé (MG).

Outra visita importante foi ao polo de piscicultura do município paulista de Mococa, onde o CFTA conheceu dois empreendimentos de criação de peixes: a Piscicultura Colpani e o projeto da Cooperpanga.

 

O CONSELHO E A VALORIZAÇÃO DA CATEGORIA

O programa do CFTA de visita aos estados visa apresentar o Conselho às autoridades estaduais, reforçar a relevância da atuação dos TAs em apoio aos pequenos, médios e grandes produtores, mostrar a importância da valorização da categoria e intensificar a aproximação com as diferentes cadeias produtivas do agronegócio.

A comitiva também contou com a participação do assessor institucional do Conselho, o ex-senador Valdir Raupp, e dos conselheiros federais e TAs Acácio Belli, de São Paulo, e Josimar Torres, de Minas Gerais.

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A visita serviu para o CFTA debater com os TAs o fortalecimento da categoria e enfatizar a necessidade de regularização no Conselho para que eles possam exercer legalmente as suas atribuições e emitir os Termos de Responsabilidade Técnica (TRTs) para obras e serviços em órgãos públicos e no setor privado.

 

EMPREENDIMENTOS DE PISCICULTURA EM MOCOCA

O roteiro da viagem começou no município paulista de Mococa, onde a delegação do CFTA esteve no domingo, 02, e na segunda-feira, 03/04. Acompanhada pelo TA Martinho Colpani, a comitiva visitou as instalações da Piscicultura Colpani e do projeto da Cooperpanga. Os dois empreendimentos estão impulsionando a criação de alevinos e peixes, com destaque para o peixe-panga.

Segundo a diretoria do CFTA, o objetivo dos TAs e produtores envolvidos com a piscicultura é consolidar Mococa como um polo de produção e comercialização de alevinos e peixe-panga, contribuindo à geração de emprego e renda na atividade rural e à expansão e fortalecimento do cooperativismo agrícola no interior paulista.

“A Cooperpanga deverá ter um grande apoio para se estruturar para produzir, industrializar e comercializar o peixe-panga, uma espécie diferenciada que praticamente só é cultivada em São Paulo. A ideia é que ela forneça peixe-panga para redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais da região”, diz Limberger, destacando o trabalho do Técnico Agrícola Martinho Colpani para consolidar o projeto.

Uma das fontes de apoio ao projeto da Cooperpanga deverá ser o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), que tem linha de financiamento para piscicultura de até R$ 200 mil por beneficiário. A taxa de juros é de 3% ao ano, podendo ser reduzida a 2,25% ao ano. O prazo é de até 84 meses, com carência de até 24 meses.

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Além da diretoria do CFTA, o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Antonio Junqueira, e o secretário-executivo da pasta, Marcos Böttcher, também visitaram a Piscicultura Colpani e a Cooperpanga. O prefeito de Mococa, Eduardo Barison; o presidente da Câmara de Mococa, Guilherme Gomes; e o presidente da EXPOAM e do Sindicato Rural de Mococa, Americo Lima; entre outras autoridades, também participaram da visita.

Ainda em Mococa, a comitiva do CFTA esteve na abertura da EXPOAM (Exposição Agropecuária do Município de Mococa). A feira agropecuária, que começou no dia 03 e terminou no dia 07/04, é uma iniciativa da Prefeitura de Mococa, através do Departamento de Serviços Municipais, Obras e Agricultura, e do Sindicato Rural do município.

 

COOXUPÉ, UMA POTÊNCIA DO COOPERATIVSMO

A segunda etapa da visita foi em Guaxupé (MG). Lá, a comitiva do CFTA visitou a Cooxupé, potência do cooperativismo no ramo da cafeicultura e uma das principais do Brasil. Os mais de 18 mil cooperados da Cooxupé, a maioria pequenos produtores familiares, produzem café em cerca de 300 municípios de sua área de ação, localizada no Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Vale do Rio Pardo (no estado de São Paulo).

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O CFTA se reuniu com TAs e representantes da diretoria da Cooxupé. No encontro, a direção do Conselho fez uma palestra sobre a importância do CFTA para o fortalecimento da categoria, o trabalho que está sendo desenvolvido para valorizar e dar apoio aos profissionais e garantir que suas atribuições legais sejam respeitadas no mercado, tanto no serviço público como no setor privado.

“A Cooxupé faz um trabalho muito técnico com os seus cooperados. Para tanto, a cooperativa tem um corpo técnico de quase 200 Técnicos Agrícolas, e todos fazem parte do CFTA. Eles atuam na assistência técnica e na comercialização de produtos e insumos. Toda orientação técnica é feita por um Técnico Agrícola”, ressalta Limberger. “A atuação dos Técnicos Agrícolas integra o projeto de atendimento da Cooxupé aos cooperados.”

Os TAs de Cooxupé, informa o conselheiro federal Josimar Torres, atuam em três áreas: atendimento ao cooperado a campo (assistência técnica), voltado ao desenvolvimento dos produtores; atendimento técnico com foco no segmento de vendas; e atendimento técnico para o desenvolvimento de mercado e produtos.

Os resultados alcançados pela Cooxupé mostram a sua importância para o agronegócio mineiro e brasileiro. Em 2022, o faturamento total da cooperativa foi de R$ 10,1 bilhões, com distribuição de R$ 56 milhões (as chamadas sobras), para os cooperados. No ano passado, a Cooxupé exportou 5,6 milhões de sacas de 60 quilos de café para mais de 50 países. A cooperativa emprega diretamente 2,5 mil trabalhadores e gera milhares de empregos indiretos.

“A Cooxupé é um exemplo da força do cooperativismo, onde o grande destaque é o produtor rural, apoiado pela forte atuação dos Técnicos Agrícolas”, destaca Limberger. A cooperativa tem projetos de torrefação própria, fábrica de rações, laboratórios de análise do solo, geoprocessamento e auxílio na produção e comercialização de milho.

A Cooxupé tem 48 unidades de negócios e é uma das principais exportadoras brasileiras de café. Ela possui escritório de exportação em Santos e armazéns e o Complexo Industrial Japy, empreendimento logístico de última geração.

Ainda em Minas Gerais, a delegação do CFTA visitou a direção do Curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal de Minas, em Muzambinho. A diretoria do Conselho e o coordenador do curso, Marcelo Simão da Rosa, falaram sobre a necessidade de fortalecer cada vez mais o ensino técnico agrícola para que os produtores, especialmente os médios e pequenos, continuem tendo apoio de TAs nas suas atividades.

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“O Curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal de Minas, em Muzambinho, é um exemplo de persistência e resistência para manutenção da qualidade do ensino técnico agrícola”, elogia Limberger.

 

VISITA À SECRETARIA DE AGRICULTURA DE SÃO PAULO

O roteiro da viagem do CFTA à Região Sudeste incluiu ainda uma visita à estrutura da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP no município de Campinas. Lá estão, entre outros órgãos, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), que é a responsável pelo controle sanitário animal e vegetal no estado. O local abriga também o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), que administra o Banco do Agronegócio Familiar de SP.

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“No encontro com os dirigentes e Técnicos Agrícolas da Secretaria de Agricultura de São Paulo falamos sobre a importância do fortalecimento do agronegócio, que também é a prioridade do governo paulista, e da nossa profissão, para que possamos continuar auxiliando os pequenos, médios e grandes produtores a expandir a produção e a produtividade para garantir a segurança alimentar do Brasil e do mundo”, enfatiza Limberger.

O presidente do CFTA assinala também que a Secretaria de Agricultura do Estado São Paulo enfrenta um problema sério: a falta de profissionais Técnicos Agrícolas. “É preciso que haja uma grande reformulação na Secretaria Estadual de Agricultura, nas áreas de assistência técnica, de defesa agropecuária e de elaboração de projetos para a agricultura familiar.”

De acordo com as informações recebidas pela diretoria do CFTA, faltam pelo menos 400 TAs na Secretaria de Agricultura do SP. “Por isso, é necessária uma grande reestruturação da Secretaria de Agricultura para suprir essa carência de Técnicos Agrícolas, inclusive redefinindo suas atribuições, conforme estabelecido pela legislação.”

Na avaliação da diretoria do CFTA, essa é uma proposta que precisa ser aprovada pelo Governo do Estado, seja através de projeto de lei ou de decreto, e que contemple também a discussão sobre o salário da profissão.

“Sem salário justo para os Técnicos Agrícolas, é muito difícil fazer assistência técnica. Nós, da diretoria do CFTA, e os conselheiros que acompanharam a visita, Acácio Belli (SP) e Josimar Torres Luiz (MG), ficamos muito preocupados com essa situação de salários baixos e de falta de profissionais”, pontua Limberger.

Diante desse cenário, o CFTA se colocou à disposição da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo para ajudar a articular politicamente uma mudança na estrutura do órgão, visando robustecer o atendimento à agropecuária do estado.

Outro compromisso da comitiva do CFTA em São Paulo foi uma visita a uma cooperativa de insumos no município de Holambra, principal produtor de flores do país. A cooperativa atua no fornecimento de insumo para cerca de 500 produtores de flores e plantas. “Essa cooperativa faz um trabalho estratégico de apoio aos produtores.”

O presidente do CFTA considera extremamente positivos os resultados da visita a SP e MG. “Reforçamos a nossa relação institucional com órgãos estaduais de agricultura e pecuária, cooperativas e empreendimentos agrícolas. Além disso, fortalecemos a nossa aproximação com o Técnicos Agrícolas, em busca da valorização da profissão, que é um dos nossos objetivos”, afirma Limberger.