CFTA e FENATA são contra a extinção da EMATER do Piauí
O Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA) e a Federação Nacional dos Técnicos Agrícolas (FENATA) são contra a extinção do EMATER-PI (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí), proposta pela equipe de transição do novo governo do estado, que assume em 1º de janeiro de 2023. Na avaliação do CFTA e da FENATA, isso representaria um retrocesso não só à extensão rural e à assistência técnica piauiense, mas para todo o setor agropecuário, principalmente à agricultura familiar.
O posicionamento das entidades do reforça também a mobilização do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Piauí (SINTAPI), igualmente contrário à transformação do EMATER-PI em Secretaria de Assistência e Defesa Agropecuária (SADA). Além do EMATER-PI, a futura secretaria abrigaria a Agência de Defesa Agropecuária (ADAPI). O Conselho e a Federação dos Técnicos Agrícolas entendem que a mudança pode trazer prejuízos à execução das políticas públicas voltadas à assistência técnica, à extensão rural, à agricultura familiar, ao associativismo e ao cooperativismo.
A proposta de mudança está sendo discutida pela equipe de transição do governo Rafael Fonteles. Até agora, entretanto, as representações da assistência técnica e a extensão rural e dos agricultores familiares e quilombolas e do associativismo e cooperativismo rural não foram consultadas sobre a proposta.
O presidente do CFTA, Téc. Agr. Mário Limberger, lamenta a posição equivocada do novo governo que vai levar a um enfraquecimento da extensão rural no Estado e os grandes perdedores serão, sem dúvida, o agricultor familiar, que é uma obrigação do poder público.
Em manifesto divulgado recentemente, o SINTAPI e questiona a mudança e pede para ser ouvido pelo novo governo sobre a transformação do EMATER-PI em secretaria. No documento, as entidades defendem a manutenção da EMATER-PI e das suas políticas públicas. Pedem, entretanto, mudanças do seu modelo de gestão social por meio da nova Lei de ATER, que está sendo estado. “Os milhares de beneficiários dessas políticas não permitirão que elas sejam eliminadas ou deturpadas sem uma forte reação de caráter estadual”, diz o manifesto.